Confiança na economia cresce
Embora a economia brasileira ainda não tenha sofrido uma reviravolta, com retomada de investimentos e das contratações, a confiança do consumidor e dos empresários de diversos segmentos começam a subir, é o que mostram os últimos indicadores divulgados. O diretor executivo da Loja de Franquia.com, Lucien Newton, conta que a melhora da confiança impactou nos negócios. “Fiquei surpreso ao fazer o balanço de julho. Foi o melhor mês da história da empresa, eu não esperava esse resultado”, diz.
Ele conta que muitas pessoas olhavam as opções de franquias, mas postergavam fechar o negócio. “Quem fechou agora, está de olho em 2017. Afinal, levam-se seis meses para conseguir colocar uma franquia em operação”, observa.
O coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Newton Paiva, Leonardo Bastos Ávila, afirma que a confiança é essencial para que a economia tenha uma retomada. “A confiança é que faz com que o consumidor compre”, diz.
Para ele, o aumento da confiança verificada em vários levantamentos recentes é um indicativo de melhora da economia, só que não é imediata. “O pior momento da economia ainda não passou. Estamos passando por ele. Teremos um fim de ano sofrido. Só que há perspectiva de melhora em 2017”.
Ontem, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o Índice de Confiança da Indústria (ICI), que subiu 3,7 pontos em julho, alcançando 87,1 pontos, o maior nível desde novembro de 2014 (87,5 pontos). Com o resultado, o índice acumula alta de 13,6 pontos desde o mínimo histórico de agosto do ano passado.
“A boa notícia de julho foi a alta mais expressiva do indicador de satisfação com a situação presente dos negócios, dando mais consistência à tendência de recuperação da confiança da indústria. Associada à alta do nível de utilização da capacidade no mês, esta informação sinaliza que o setor entra no segundo semestre em fase de aceleração da produção. Apesar das incertezas ainda presentes no ambiente político e econômico, o resultado consolida a percepção de melhora gradual do ambiente dos negócios no setor”, disse o superintendente adjunto para ciclos Econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Júnior.
A FGV divulgou ontem outro indicador, o Índice de Confiança de Serviços (ICS), que atingiu em julho o maior nível desde maio do ano passado. O ICS avançou 3,6 pontos na passagem de junho para julho, na série com ajuste sazonal, saindo de 72,4 pontos para 76,0 pontos no período.
Em Minas, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (Iceicon-MG) alcançou 39,3 pontos em julho, melhor patamar desde outubro de 2014. (com agências)
2017
Investimentos serão maiores
A economia em 2017 deve voltar a “respirar”, embora ainda com uma certa dificuldade, segundo o diretor da agência de intercâmbio World Study, Paulo Cesar da Silva Júnior. “Vou soltar o freio de mão ano que vem. A ideia é investir de 20% a 30% mais do que está sendo feito neste ano”, diz. A perspectiva é que o faturamento no próximo ano tenha alta de 20% a 30%. “Queremos voltar aos patamares dos nossos melhores anos, que aconteceram em 2013 e 2014”, frisa.
Como consumidor, Silva também está mais confiante para 2017. “Eu estava pretendendo trocar de carro este ano. Agora, vou deixar para 2017”, diz. O diretor da administradora de shoppings MB Malls, Felipe Barcelar, diz que o pior já passou para a economia e a retomada deve acontecer em 2017.
Fonte: O Tempo