Governo Bolsonaro quer arrecadar R$ 150 bilhões com privatizações em 2020

Previsão é para este ano. Maior parte deve vir da venda de ativos por empresas estatais. Lista e cronograma até o fim do governo Bolsonaro foram apresentados a investidores estrangeiros. Desestatização da Eletrobras não consta da relação
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que a equipe econômica pretende reduzir de 627 para 327 o número de empresas em que a União tem participação. Somente com a privatização da Eletrobras, 210 empresas seriam vendidas. Além da Eletrobras, o governo estuda privatizar a Serpro, a Dataprev, a Emgea e a ABGF
De acordo com o secretário, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios não serão privatizadas pelo presidente Jair Bolsonaro.”
Com as privatizações, governo quer realizar desinvestimentos em 300 ativos em 2020, e arrecadar o total de R$ 150 bilhões.
Cronograma de vendas
O calendário prevê a venda de três estatais neste ano: Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), Casa da Moeda do Brasil (CMB) e Empresa Gestora de Ativos (Emgea). No entanto, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) incluiu, em 2020, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa-MG), previstas para abril de 2021. O PPI também estima a capitalização da Eletrobras neste ano.
Opinião
Para o presidente da InterB Consultoria, Claudio Frischtak, a lista não traz surpresas, mas a execução do cronograma é um desafio. “Fazer privatização no Brasil, mesmo de empresas menores, é uma coisa complexa. Dá muito trabalho. O calendário é ambicioso. Todas as empresas têm suas complexidades específicas. Precisa de braço, de batalhões de técnicos e advogados”, afirmou.
Segundo Frischtak, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 2,7 mil funcionários, cerca de 1,4 mil técnicos, e o envolvimento do órgão nas privatizações ainda está limitado. “Para o programa de desestatização avançar, é preciso maior participação do BNDES. De outra forma, não vejo como fazer com que esse cronograma seja cumprido”, avaliou.
Para atingir os R$ 150 bilhões prometidos, é preciso fazer muita conta e criar modelagem, alertou o especialista. “Existe um mercado para isso, consultorias e bancos para ajudar no processo e complementar o envolvimento do BNDES”, reiterou.
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Entre 2009 e 2018, foram alocados R$ 190 bilhões nas estatais, R$ 130 bilhões nas dependentes e R$ 30 bilhões nas demais.
Aos investidores, o secretário apresentou o que foi feito em 2019, com venda ou alienação de subsidiárias, coligadas e empresas com participação da União.
Blog Hudson Cunha com informações de UOL
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