Reflexão: É necessário acabar com esta cultura do “rouba, mas faz”

No último dia 11, a Folha de S. Paulo nos levou a uma reflexão importante partindo da compreensão que:
“Um desafio complexo que precisaremos enfrentar e vencer é o de mostrar para cada cidadão que não precisamos de salvadores da pátria, que o político “rouba, mas faz”, tanto de direita como de esquerda, trai o povo.
A entrega da obra não deve isentar de pena o desvio de verba, o enriquecimento pessoal. Que o eleitor saiba que, ao trocar seu voto por uma dentadura ou por uma cesta básica, está vendendo sua dignidade, sua alma e o futuro da nação.
Que o único caminho é o da integridade no escrutínio da eleição que teremos em 4 de outubro para a escolha dos novos prefeitos e vereadores.
Não devemos permitir a eternização nem a concessão de qualquer espaço político para aqueles que só querem se servir do poder. Chega de “rouba, mas faz”!”
Essa ideia distorcida sobre o fazer político tem sido cada vez mais observada e difundida no contexto atual. As pessoas, de tanto ouvir esta expressão, passam a acreditar que roubar é parte da ação política e que se “faz” o problema está resolvido.
A mesma matéria também nos indica que é necessário acabar com esta cultura do “rouba, mas faz” tendo como base a necessidade de que todo cidadão brasileiro reflita sobre o caos instalado no país em função deste pensamento.
Pensando nesta reflexão e no conhecimento adquirido nas andanças pelo entorno e nas conversas com alguns moradores do percebo dois sentimentos:
a desesperança e a esperança. Sentimentos controversos e de expressão ímpar se nos ativermos aos motivos que rondam os pensamentos dessas pessoas.
Caracterizando estes sentimentos posso afirmar que: A desesperança se faz nítida no andar por ruas, locais públicos onde o poder público se distanciou da realidade. Importante analisar que nestas cidades, muitos dos últimos prefeitos abandonaram os mandatos por interesses pessoais ou para se livrar de ações judiciais quem sabe.
E diante desta realidade surgem alguns questionamentos: Onde ficou a gestão? Onde está a garra afirmada em campanhas eleitorais? E o compromisso?
Mas penso: Gestão? Que gestão? Será que os atuais políticos sabem o verdadeiro significado da palavra GESTÃO? Neste sentido, é importante reiterar que a gestão surgiu quando, após a revolução industrial, os profissionais decidiram buscar solução para problemas que não existiam antes, usando vários métodos das ciências, para administrar os negócios da época dando início à ciência da administração. É o reconhecimento de que é necessário o conhecimento e aplicação de modelos e técnicas administrativas.
Para além das considerações sobre a gestão é relevante analisar e compreender que as funções do gestor são, em princípio: fixar as metas a alcançar através do planejamento; analisar e conhecer os problemas a enfrentar; solucionar os problemas; organizar recursos financeiros e tecnológicos; ser um comunicador; ser líder ao dirigir e motivar as pessoas; tomar decisões precisas, avaliar e controlar o conjunto todo.
Diante dos desafios lançados ao gestor, é pertinente avaliar que verdadeiramente o modelo atual de executivos das cidades do entorno não contemplam estas funções. Ou seja, está muito longe disso. Lembram da matéria do Folha? “Não devemos permitir a eternização nem a concessão de qualquer espaço político para aqueles que só querem se servir do poder”. Permitir essa situação é ser conivente. É não exercer verdadeiramente o direito a cidadania.
Nesta perspectiva, como ser político, pedir voto, sabendo que o voto é esperança, se a maioria dos envolvidos na política não sabe o que é ser político? Não entendem o que é ser gestor e bem governar? Necessário é entender o verdadeiro sentido da palavra GOVERNAR.
De acordo com o entendimento literal da palavra governar é dirigir como chefe de governo, ter mando, direção. Ou seja, dirigir administrar.
E POLÍTICA é a arte ou ciência de governar, dar direção e administrar nações ou Estados. Assim ao juntarmos estas duas palavras em seu sentido literal compreende-se que o exercício da política na gestão é direcionar os recursos, os projetos, as necessidades estruturais de uma cidade, estado ou nação para o bem estar do todo.
Diante de tantos desafios, a esperança não pode deixar de ser o pilar mais visível do nosso agir político. E nestas andanças pelo entorno, me chamou a atenção, o número de servidores públicos que colocaram seu nome a disposição de uma renovação no campo da política. Posso citar diversos destes:
Delegado Cristiomário em Planaltina de Goiás, Sargento Bueno Hernany em Formosa, Coronel Ferreira em Valparaíso, Mendes em Cristalina, Naldinho Magalhães em Alexânia, Professor Gerson Ataídes em Cabeceiras, Delegado Felipe em Santo Antônio do Descoberto, Shirley Azevedo. Professora, Valparaiso. Todos esperançosos de mudanças.
Em todas as áreas saúde, educação ou segurança temos pessoas esperançosas de tempos melhores. De projetos políticos que sejam capazes de garantir a verdadeira cidadania, partindo de uma gestão centrada no verdadeiro sentido da palavra GERIR.
Assim, novos questionamentos povoam meu pensamento: Será que chegou a hora da mudança? Conseguiremos ter gestores de fato? E diante de questionamentos como estes, ainda é importante, refletir o verdadeiro papel e missão de ser servidor.
A ação concreta do servidor público é SERVIR. E isso caracteriza a ação central do gestor público: Servir.
Então, este é o momento que todos fazem aquela pergunta que não quer calar a diversos pretendentes que tem uma nova visão do ato de ser gestor público:
Você é candidato?
O pré-candidato a prefeito de Formosa, Sargento Bueno Hernany, foi procurado para destacar esta questão e afirma:
“Diante desse movimento político instalado em nossa sociedade, é necessário entender nossa função diante de uma atuação correta como gestor. Sou formado em Filosofia, pós-graduado em Ética, especialista em projetos em gestão pública e muitos me intitulam embaixador e pai de diversas áreas (risos).
Na verdade meus valores e minha formação vicentina não me deixam ser diferente. O espírito de servir, contribuir e articular fazem parte da minha história.
Se serei candidato? Isso é o povo que decide não eu…Tendo todo este contexto como principal elemento desta reflexão proposta, posso afirmar que meus valores pessoais, familiares e profissionais me colocam este questionamento de ser ou não ser candidato como um momento de muita reflexão, análise do todo e busca da compreensão de todos os sentimentos que me cercam para tomar a decisão”, disse o Sargento Bueno Hernany.
Sabemos que não é fácil enfrentar os lobos da política arcaica instaurada em nosso país, estado e municípios. Mas é preciso ter coragem e se agarrar aos valores construídos para lutar por dias melhores sem perder de vista o verdadeiro modelo do servir como servidor público.
Caros amigos eleitores reflitam, pois há menos de 7 meses das eleições municipais que decidirão os “gestores” dos municípios do entorno compreendemos que é preciso ESPERANÇAR, ACREDITAR e VOTAR de maneira consciente, tendo a ideia de que: eu e você somos responsáveis por nossas escolhas.
Que nossas escolhas sejam verdadeiramente corretas e nos levem a dias melhores.
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