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Vamos resgatar as funções de Estado e priorizar o social, diz Caiado

Vamos resgatar as funções de Estado e priorizar o social, diz Caiado
Em entrevista nesta manhã de segunda-feira (03/07) à rádio Sucesso FM, o senador Ronaldo Caiado (Democratas) declarou seu compromisso de resgatar as funções primordiais de Estado, que é dar prioridade às áreas sociais e cuidar do equilíbrio das contas públicas para que os cidadãos não sejam penalizados pela irresponsabilidade de um governo, como ocorre hoje.
O pré-candidato afirmou que tem buscado dados sobre a real situação das finanças do Estado, apesar da falta de transparência do governo, para poder organizar as contas e focar na saúde, educação, segurança pública. Ronaldo Caiado ainda falou sobre as medidas em prol de Goiás que desenvolveu ao longo de seus mandatos no Congresso, como as emendas para saúde, a aprovação de sua emenda que garantiu royalties do pré-sal para saúde e educação e sua luta pela convalidação dos incentivos fiscais.
Na entrevista o parlamentar comentou ainda de sua posição em relação à venda da Celg e lamentou que a polícia federal não tenha conseguido investigar os desmandos na empresa antes da finalização do processo de privatização. Confira os principais trechos da entrevista:
Falta de transparência
“Sou médico.  Para poder operar um paciente eu o faço o diagnóstico, peço os exames, para depois fazer uma indicação cirúrgica. Ninguém tem a petulância de dizer que já tem um plano elaborado. Você tem dificuldade em ter acesso aos documentos, à realidade do Estado. Isso é o motivo pelo qual existe o Estado para se ocupar da educação, da saúde, segurança pública, e dos programas sociais. Não só achar que o Estado existe para arrancar dinheiro do cidadão em forma de imposto, taxa, multas. Ao se fazer uma proposta, é preciso se ter mais dados e não fazer uma prática populista, demagógica. Os documentos que temos conseguido, conseguimos muito mais pelo Tesouro Nacional, Ministério da Fazenda, do que pelos órgãos do Estado.  Precisamos dessas informações para saber qual a realidade da saúde fiscal do estado, que condições o estado está passando e a informação que temos é que a situação é crítica”.
Priorizar o social
As áreas sociais serão nossa prioridade. Vamos resgatar as funções específicas do Estado. Quero fazer convênio com os municípios. Vou fazer um trabalho no ensino básico, no ensino fundamental, que é importante para evolução das crianças. São 43 anos na medicina, eu sei o que fazer, mas preciso saber quais condições que estão aí. O problema é que esses dados (fornecidos pelo estado de Goiás) não retratam a realidade”.
Novo empréstimo da Caixa para Goiás
“Não sou eu quem diz que o Estado não tem condições de contrair um empréstimo. É o Tribunal de Contas da União (TCU), a Constituição brasileira que estão dizendo. É um Estado que foi desclassificado do ponto de vista da sua saúde fiscal. Só pela dívida consolidada, Goiás paga R$ 1,45 bilhão de juros. Não tem a receita para isso. Com isso, não pode vincular Fundo de Participação dos Estados do Estado porque é a sobrevivência do repasse do imposto quando o estado está numa situação de inviabilidade financeira. Não é o Ronaldo Caiado, é a Constituição que proíbe. Isso é motivo de grande discussão pelo Tribunal de Contas da União porque a Caixa está desviando de suas funções para ter um viés político. Houve a venda da folha de pagamento do estado ao invés de ter feito licitação. Goiás precisou de R$ 190 milhões (final do ano passado), pegou o dinheiro da Caixa e prorrogou por cinco anos (a folha de pagamento dos funcionários)”.
Postura no Senado
“Sou uma pessoa firme que tem a função de defender meu estado. Fui levado ao Senado com essa obrigação, não cheguei lá para ser cordeirinho. Estou lá para falar em nome do povo do estado de Goiás. Tenho independência moral e intelectual para fazer um combate à corrupção. O governante deve dar o bom exemplo, deve ter autoridade moral para moralizar a prática no Estado. Não adianta falar de moralidade se não tem condições para impor essa autoridade”.
Mudança na política nacional/combate à corrupção
“Depois da Lava-Jato estamos vivendo um outro momento. Aquele cidadão que não for correto estará rejeitado, estará fora do processo político-eleitoral. O cidadão hoje quer um governante que seja um servidor público e não governo que tenta criar uma estrutura em torno do governador.  A prática política no Brasil de deteriorou. Mas acredito que essa mudança será gradual. E porque eu vejo essa possibilidade? Porque o nível de informação está muito rápido. As pessoas estão se inteirando no dia a dia. Elas sabem que se não tem saúde, se não ter segurança, não tem educação se não tem programa social é porque tem corrupção. E nós vamos dar mostra disso se nós chegarmos lá (ao governo) com um combate firme, preciso, buscar a inteligência da nossa polícia, buscar o acesso a vinculação as informações junto a polícia federal”.
Preço dos combustíveis
“Eu sou coautor de um projeto no Senado que define o ICMS como patamar em 19% em todo o país no ICMS e não esse patamar absurdo que hoje se cobra e quer inviabiliza principalmente o setor produtivo, inviabiliza aqueles que são o sustentáculo que sejam eles produtores rurais, os trabalhadores, os transportadores”.
Tarifas mais caras do país
“Como vocês sabem, temos em Goiás 400 obras inacabadas. São obras criadas em períodos eleitorais. Constroem um esqueleto de um hospital, de um presídio, começam uma rodovia, e depois da eleição param a obra. Isso onera enormemente o estado. Depois vem a tese do atendimento político nos municípios. Ao invés de buscar destinar qualidade de vida à população, querem buscar apaniguados e deixar prefeitos encurralados na máquina do governo. Com esse mecanismo, o Estado encarece. E para pagar essa conta, o governo começa a cobrar a água mais cara, o emplacamento mais caro, a energia mais cara, indústria da multa instalada, o ICMS mais caro do país para cobrir um rombo que leva o estado a situação de alto risco fiscal, de inadimplência”.
Ações ao longo dos mandatos
“Não fico enaltecendo o repasse de verba. Sabe por quê? Porque além de ser uma obrigação do parlamentar, tenho como prática atender ações sociais. Pergunte a APAE, pergunte a São Cotolengo, a São Vicente de Paula, ao hospital do Câncer de Anápolis, pergunte ao Hospital das Clínicas de Goiânia. O trabalho de um senador é mais amplo do que isso. A ferrovia Norte-Sul é importante para o estado de Goiás? Qual foi o único que enfrentou e derrotou no Senado a proposta de deixar passar ali apenas duas empresas? Foi enfrentamento direto em plenário. O Brasil todo assistiu. Se hoje poderemos circular na ferrovia Norte-Sul é porque tive a coragem de enfrentar aquela máquina. Se temos os incentivos fiscais consolidados em Goiás é porque ajudei a derrubar a sessão no Senado Federal que estava sendo segurada na Câmara dos Deputados pela bancada do Rio de Janeiro e de São Paulo. Se tem 20% hoje do pré-sal destinado para saúde foi emenda do Ronaldo Caiado. Se você vê a luta para acrescentar 1% do Fundo de Participação dos Municípios é porque o Ronaldo Caiado é que foi reconhecido pela frente parlamentar e pela Confederação Nacional do Municípios. Se sou 20 anos seguidos entre os Cabeças do Congresso Nacional, você acha que prevalece uma tese de o que nada fiz? A única coisa que nunca fiz foi fazer do meu mandato balcão de negócios. Não estou na Lava Jato, nem na Sanguessuga e nem na Decantação”.
Entorno de Brasília
“Tenho uma luta forte no Entorno de Brasília no Congresso. Tenho um projeto de fazer com que o Distrito Federal volte às suas funções administrativas e o Fundo do Centro-Oeste (FCO), ao invés de ter que investir R$ 1 bilhão numa região rica como Brasília, invista no Entorno para dar incentivos e a oportunidade de emprego. Hoje as cidades do Entorno sofrem dificuldades que passam não só pela falta da água, pela falta de segurança, da situação caótica da falta de emprego pelas indústrias que não se instalam. Tive a humildade de dizer que não temos um contingente suficiente para fazer a segurança a todo estado de Goiás. Por isso espero poder contar com o apoio da Força Nacional, das Forças Armadas, para podermos dar segurança à população. O transporte é outro grande desafio. Já estive na ANTT e vamos, dentro da minha ligação próxima com Jofran Frejat (pré-candidato ao governo do DF), desenvolver um projeto mútuo de entendimento Goiás-Distrito Federal para que possamos atacar diretamente os problemas nessa área”.
Celg e Saneago
Por qual razão lutamos contra a venda da Celg? Porque o Estado precisa ter o controle sobre as estruturas de desenvolvimento. Como vamos desenvolver o Nordeste goiano sem dar ao cidadão oportunidade de ter energia elétrica? A falta de energia está travando até o Daia, de Anápolis, que é um dos maiores distritos industriais do país. A verdade é que usaram a Celg como estão usando a Saneago. A Operação Decantação  mostrou que a empresa pagou campanha, pagou comitê, pagou político, assumiu toda estrutura de campanha eleitoral. O atual governo conseguiu vender a Celg antes que nós levantássemos como foi destruída. Era a maior empresa de energia, única distribuidora em Goiás, e foi quebrada por uso indevido.

Sobre o autor | Website

Hudson Cunha foi Secretário de Comunicação, Diretor de Comunicação na Associação de Blogueiros do Distrito Federal e Entorno. É jornalista Especializado em Comunicação Empresarial e Marketing em Mídias Digitais e idealizador do Instituto Hudson Cunha - Consultoria, Treinamento e Assessoria e da Agência 84 – Comunicação. Inteligente, alegre e amante de um bom vinho.

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