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Guerra de discursos: Relembre frases que marcaram o 1º turno

Guerra de discursos: Relembre frases que marcaram o 1º turno

Após a confirmação de segundo turno, os brasileiros voltam às urnas no próximo dia 28 para escolher quem assume a presidência do Brasil: Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT). Com propostas diferentes, o discurso dos candidatos deve ser decisivo para o voto dos eleitores, assim como no primeiro turno. No total, foram 35 dias de propagandas em rádio e televisão. Ao longo desse período, os candidatos ao Palácio do Planalto também se reuniram em debates para discutir propostas de governo, além de terem usado e abusado das redes sociais.

De agosto até o primeiro turno das eleições, a corrida presidencial de 2018 foi marcada, principalmente, pelo enfrentamento de dois extremos, e candidatos do centro atacando os dois lados e se colocando como a solução do país. O que se viu foi tempo de TV gasto para alfinetar outros presidenciáveis, fake news, muita discussão e poucas propostas colocadas à mesa.O período pré-votação em 2018 ainda teve um marco. Um ataque à faca ao candidato Jair Bolsonaro repercutiu ao redor do mundo e evidenciou a pesado clima político vivido pelo Brasil. O capitão reformado, aliás, está no centro da disputa eleitoral. Mais cotado para assumir o Planalto e visto por muitos como “mito” e solução para os problemas do Brasil, Bolsonaro coleciona polêmicas ao longo da corrida presidencial, além de dizer abertamente que não entende de economia.

Perguntado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, da RedeTV, sobre a capitalização de juros no Brasil, Bolsonaro se enrolou na resposta. “Cabe sim ao presidente da República […] são números absurdos […] os meus economistas dizem que tem solução, mas será muito difícil atender essa meta […] e propostas, redução do tamanho do estado, privatizações […] fazer com que patrões e empregados sejam amigos, e não inimigos”, afirmou.


Única mulher candidata ao Planalto presente nos debates, Marina Silva, buscou sempre defender a igualdade de gênero. A candidata da Rede começou bem a disputa e chegou a ficar isolada em segundo lugar nas pesquisas. Mas, ao longo da campanha, viu Haddad herdar votos de Lula e disparar nas intenções de voto. Confrontando sempre Bolsonaro, Marina apresentou posições firmes em suas ideias, apesar de participar de sua terceira eleição.

“Antes eu queria te dizer uma coisa Bolsonaro: você disse que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa que a gente não precisa se preocupar porque já está na CLT. Só uma pessoa que não sabe o que é que significa uma mulher ganhar um salário menor que um homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência ser a primeira a ser demitida. Ser a última a ser promovida. E quando vai pra uma fila de emprego, pelo simples fato de ser mulher, não é aceita. Então não é uma questão de que não precisa se preocupar. Tem que se preocupar sim”, disse.


Fernando Haddad, do PT, foi confirmado oficialmente como candidato apenas em setembro, de Lula. O ex-prefeito de São Paulo foi escolhido pelo partido como substituto de Lula, depois que o ex-presidente foi impedido de concorrer ao Planalto pelo TSE. O petista foi visto ao longo de toda a campanha como um poste, alguém que estava na disputa presidencial apenas seguindo instruções. Em debates, Haddad foi bastante confrontado a respeito de temas ligados à corrupção, que marcou o PT ao longo dos 14 anos à frente do poder. Haddad, no entanto, praticamente só se defendeu.

“Eu tenho ética. Eu tenho história. Eu tenho uma vida pública sem nenhum reparo. Posso te garantir isso. To olhando aqui no olho do eleitor e dizendo: não existe nada que não seja na minha vida produzir o bem, trabalho e educação”, declarou.


Ao mesmo tempo em que é o candidato de um dos maiores partidos do Brasil, o MDB, Henrique Meirelles apareceu na disputa como um desconhecido. O presidenciável se apresentou em grande parte dos debates sempre relembrando os feitos no Ministério da Fazenda, na presidência do Banco Central e no banco americano BankBoston. Dentre as propostas, o candidato assegurava a criação de 10 milhões de empregos em 4 anos.

“Mas o importante é que nós temos um compromisso de botar a economia para crescer. Já fiz isso no passado, sei como fazer. E, nos próximos quatro anos vamos criar 10 milhões de empregos”, prometeu.


Com quase metade do tempo de propaganda eleitoral, o candidato ao Planalto pelo PSDB, Geraldo Alckmin, usou a estratégia de combater a polarização PT-Bolsonaro nas eleições. O ex-governador insistia em enaltecer uma lista de grandes feitos realizados em São Paulo que, segundo o tucano, seriam levados para o Brasil.

“De um lado, a volta do PT que levou o país a 13 milhões de desempregados com uma irresponsabilidade com a questão das contas públicas. Um projeto de poder só para ganhar a eleição. O Brasil é secundário. De um outro lado, evitar também a insensatez de um candidato que não tem as menores condições, que representa o que há de mais atrasado na política brasileira com uma intolerância num país tão plural como é o Brasil”, criticou.
Durante todos os debates, o candidato do Podemos, Álvaro Dias, buscou combater a corrupção. O ex-membro do PSDB, na verdade, se preocupou mais em atacar a corrupção dos governos do PT do que apresentar propostas de governo. E acumulou frases de efeito em sua campanha.

“Na olimpíada da mentira e da ficção o PT ganha medalha de ouro. A mentira e a mistificação tem sido arma do PT para iludir o povo brasileiro. Em 2007, eu trabalhei duro para derrubar a CPMF. Em janeiro, o PT aumentou o IOF. Para recuperar os 40 bilhões que perdera com o fim da CPMF. E agora alega que vai reduzir impostos. O PT é implacável com o pobre. Ele distribui a pobreza”, enfatizou. Grande personagem na disputa eleitoral por seu carisma e espontaneidade, o candidato do Patriota, Cabo Daciolo, ficou famoso pelas afirmações icônicas, como quando disse que o Brasil tinha “mais de 400 milhões na extrema pobreza”. O país, porém, tem pouco mais de 220 milhões de habitantes.

Após ser barrado no debate promovido pela Rede Globo, o pastor presidenciável acusou a emissora de estar “adorando Satanás” e profetizou que ela “vai cair”. Essa não foi a única premonição de Daciolo. O candidato também profetizou sua vitória no primeiro turno com 51% dos votos, o que acabou não acontecendo. Ao se dirigir a Ciro Gomes no debate da Band, virou meme e ganhou espaço nas redes sociais.

“Ciro, o senhor é um dos fundadores do Foro de São Paulo. O que o senhor pode falar aqui para a população brasileira, para a nação brasileira sobre o plano URSAL – União da República Socialista Latino-Americana? Nós estamos falando aqui de um plano que chama-se Nova Ordem Mundial. União de toda a América do Sul. Conexão de toda a América do Sul, tirando todas as fronteiras, fazendo uma única nação. Pátria grande. Poucos ouviram falar disso e isso vai ser pouco divulgado. Eles sabem do que nós estamos falando”, salientou em tom irônico.
Assim como os outros candidatos, Ciro Gomes (PDT) se apresentou como a solução para o extremismo das eleições deste ano. Como principal proposta de governo, o pedetista apresentou, logo no primeiro debate em televisão, a ideia de limpar o nome de 63 milhões de brasileiros do SPC. O candidato ainda chegou a dizer que sairá da política caso Bolsonaro seja eleito.

“O Bolsonaro está interpretando um papel e a elite brasileira cobra ele no texto que ele decorou. Mas daí até ele ganhar a eleição, eu acho que o povo brasileiro não cometerá esse suicídio coletivo. É um projetinho. Dai até chegar a Hitler, é um projetinho de Hitlerzinho tropical”, ironizou.
Candidato do PSOL, Guilherme Boulos se tornou o candidato mais jovem a concorrer ao Planalto na história do Brasil. Esquerdista radical, o líder do MTST aproveitou o espaço em rádio e televisão para confrontar o atual sistema político brasileiro. Uma das principais bandeiras levantadas por Boulos ao longo da campanha foi a de revogar a reforma trabalhista aprovada no governo Temer.

“Aqui nesse debate nós vemos novamente 50 tons de Temer. Faz 30 anos que esse país saiu de uma ditadura. Muita gente morreu, muita gente foi torturada. Tem mãe que não conseguiu enterrar seu filho até hoje. Faz 30 anos mas acho que a gente nunca esteve tão perto disso que aconteceu naquele momento. Se nós estamos aqui hoje podendo discutir o futuro do Brasil é porque teve gente que derramou sangue para ter democracia. Sempre começa assim: arma, tudo se resolve na porrada, que a vida do ser humano não vale nada. Acho que nós temos que dar um grito nesse momento, botar a bola no chão e dizer: ditadura nunca mais”, falou em rede nacional.

Até o fim do mês, mais pérolas podem marcar as eleições de 2018. O segundo turno está marcado para o próximo dia 28 e definirá quem governará o país de 2019 a 2022.

Sobre o autor | Website

Hudson Cunha foi Secretário de Comunicação, Diretor de Comunicação na Associação de Blogueiros do Distrito Federal e Entorno. É jornalista Especializado em Comunicação Empresarial e Marketing em Mídias Digitais e idealizador do Instituto Hudson Cunha - Consultoria, Treinamento e Assessoria e da Agência 84 – Comunicação. Inteligente, alegre e amante de um bom vinho.

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